Fig. 1: Auto Retrato (1885),
de Luciano Freire
Fonte: Dicionário de
Pintores e Escultores Portugueses
Luciano Freire, notável
pintor dos séculos XIX e XX (1864-1935) (ver biografia no fim), além das suas obras
originais teve importante papel no restauro de algumas das mais conhecidas obras
da pintura portuguesa, como sejam os Painéis
de S. Vicente, de Nuno Gonçalves, e o S.
Pedro, de Vasco Fernandes.
Luciano Freire
frequentava a Trafaria no Verão onde tinha uma casa na Rua 5 de Outubro, e foi aqui
que fez a pintura a óleo sobre madeira Trecho
da Trafaria.
Esta peça, que esteve
a leilão em 2008, entretanto retirada, representa a velha Ermida de Nossa
Senhora da Conceição da Trafaria, hoje totalmente em ruínas, e o casario
circundante.
Fig. 1: Trecho da Trafaria
(séc. XX), de Luciano Freire)
RUI M. MENDES
Caparica, 22 de Junho
de 2011
Bibliografia:
PAMPLONA, Fernando de
– Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses,
Vol. II, 4.ª Ed., Lisboa: Livraria Civilização Editora, 2000
Revista Ocidente: revista portuguesa de cultura:
Volume 66, 1964, p. 234
Anexo:
Biografia de Luciano Freire,
por Fernando de Pamplona
Luciano Martins
Freire - Notável pintor dos séculos XIX e XX (1864-1935), discípulo de Miguel Ângelo
Lúpi, Ferreira Chaves e Silva Porto. Impôs-se pela acuidade visual e pela segurança
da técnica. Figurou com pintura nas Exposições da Sociedade Promotora de Belas-Artes,
desde 1884. Nas Exposições do Grémio Artístico, apresentou obras de real interesse,
como: “A ração” e “Ilha dos Amores”, em 1892; “Tresmalhados”, “Inverno” e “Retrato
de Silva Porto”, em 1896 (este último pertence à Sociedade Nacional de Belas-artes);
“Perfume dos campos)”, em 1899. Na 1.ª Exposição da Sociedade Nacional de Belas-Artes,
figurou com “Eterno Escravo”. No Museu de Arte Contemporânea, está o seu quadro
“Desolação” (1900), imenso descampado de tons verdes sombrios sob um céu de
chumbo, cuja infinita melancolia impressiona; também ali se encontram o seu
esplêndido “Auto-retrato” (1885) e a tela decorativa “Perfume dos campos”. No Museu
Militar, há vários trabalhos seus: na Sala da Guerra Peninsular, no tecto e nas
faces das consolas que servem de apoio à arquitrave, as figuras alegóricas da Guerra,
Paz, Glória e Patriotismo; na Sala da Europa, o painel “Nun'Álvares”, correcto de
execução, mas órfão de grandeza (para ele pousou o poeta Eugénio de Castro); na
escadaria de saída, “Portugal Velho” e “Balística”. Mais obras suas: no Museu Grão
Vasco, de Viseu, “Trecho de floresta”; na Igreja Paroquial de S. Salvador, Maiorca,
Figueira da Foz, o grande retábulo “O Salvador” (1901); na Biblioteca-Museu Almeida
Moreira; de Viseu, “Rapaz do chapéu de palha” e um retrato; no Museu do Caramulo,
o esboceto “Cabeça de velho”; no Museu Municipal de Ponta Delgada, retratos-género
este em que se fez notar, por sua objectividade e poder de observação. Luciano Freire
dedicou-se com saber e proficiência ao tratamento da pintura antiga, prestando assim
inestimáveis serviços ao nosso tesoiro artístico: foi ele que restaurou primorosamente
os famosos painéis “Veneração a S. Vicente”, de Nuno Gonçalves, e o “S. Pedro”,
de Vasco Fernandes, bem como o retábulo da Sé de Viseu e muitas outras tábuas primitivas.
Exerceu com distinção o cargo de professor da Escola de Belas-Artes de Lisboa. Foi
também escritor, versando com muita competência problemas de arte.
Fonte: Fernando de Pamplona,
Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses, Vol. II, 4.ª Ed., Lisboa:
Livraria Civilização Editora, 2000, pp. 352-355
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